Odontologia da USP busca transplantados renais para pesquisa

2016-01-28

Foco do estudo são pessoas que passaram pelo procedimento e precisam extrair dentes

A Faculdade de Odontologia (FO) da USP, em São Paulo, está em busca de transplantados renais que necessitem extrair um ou mais dentes. O objetivo é avaliar se é necessário ou não a prescrição de antibiótico antes da realização de uma extração dentária em pacientes que passaram por transplante de rim.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) somente em 2014 foram realizados 5.648 transplantes de rins no Brasil. Os transplantados renais precisam tomar medicamentos imunossupressores por toda a vida para evitar a rejeição do órgão. Devido a essa condição, eles se tornam mais suscetíveis a infecções virais e fúngicas e costumam ter uma saúde mais fragilizada. Isso geralmente causa receios e medos nos dentistas que preferem indicar, antes da extração dentária, o uso de antibióticos com o objetivo de evitar alguma infecção.

“Porém, não existe nenhuma evidência científica que mostre a necessidade de um transplantado renal com boas condições de saúde utilizar antibiótico antes da extrair um dente”, alerta a professora Marina Gallotini, coordenadora do Centro de Atendimento de Pacientes Especiais (CAPE) da Faculdade de Odontologia (FO) da USP. Para ela, atualmente há uma recomendação excessiva do uso de antibióticos. “O paciente usa uma droga sem necessidade, colabora com a questão do aumento da resistência bacteriana a antibióticos, devido ao seu uso indiscriminado, sobrecarrega órgãos excretores, se expõe ao risco de alergia ao medicamento, e ainda gasta dinheiro “, destaca.

O trabalho está sendo realizado para a pesquisa de doutorado do dentista Rubens Calliento, sob a orientação da professora Marina, no Cape. Os requisitos para participar da pesquisa são: ser transplantado renal (não importa há quanto tempo) e ter recomendação para extração dentária. O atendimento será totalmente gratuito.

Após a extração do dente, o paciente transplantado será acompanhado durante cerca de 60 dias, onde deverá retornar ao Cape para ser avaliado pelos pesquisadores e passar por radiografias digitais. Esses pacientes serão comparados ao grupo controle (não transplantados). A ideia é que a pesquisa inclua, no mínimo, 30 participantes.

Os transplantados renais interessados em participar da pesquisa do dentista Rubens Calliento devem entrar em contato com o CAPE pelos telefones (11) 3091-7838 / 7859 ou email mhcgmaga@usp.br. O Cape fica na Faculdade de Odontologia da USP, na Avenida Professor Lineu Prestes, 2227, Cidade Universitária, São Paulo.

  • Fonte: Assessoria de Imprensa

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